Vocês conhecem a HQ de Mega Man da Dreamwave?

             

Capa do primeiro volume da HQ (via Comics Aliance)

     Muito-se comenta sobre a HQ de Mega Man feita pela Archie Comis, principalmente após o seu crossover com Sonic. Porém,  já havia publicada outra HQ de Mega Man anos antes nos EUA, mas devido ao seu relativo fracasso comercial, esse fato acabou sendo desconhecido pelo grande público. Para quem não a conhece, essa HQ foi lançada entre 2003 e 2004 pela editora americana Dreamwave Productions. A história é baseada no universo da série clássica, mas seu enredo é inédito e está mais para uma re-criação do universo de Mega Man do que para uma adaptação.

     
     Ela se passa no ano 20XX, na cidade de Mega City, na qual Dr. Light construiu um sistema de tráfego automatizado que reduziu a zero o número de acidentes, entre outras criações suas que o tornam bastante reconhecido. Porém, suas duas criações mais importante foram seus filhos-robô, Rocky (que é escrito dessa forma na HQ) e Roll. Dr. Light queria que Rocky frequentasse uma escola junto de outros humanos ,pois só através da convivência com eles, poderia amadurecer seu chip de inteligência artificial a um nível mais pleno. Rocky reluta de inicio, mas conforme vai fazendo amizades, ele começa a gostar da escola. Nisso, ele conhecer Chelsea, uma garota bastante popular e simpática de sua escola, com o qual ele começa a fazer amizade e ganhar forças para encarar sua nova rotina. Paralelamente a isso, alguns robôs começam a apresentar anomalias e a atacar os sistemas criados por Light, no qual obrigam Rocky a transformar-se em Mega Man, e enfrentá-los da maneira que conhecemos. Uma coisa curiosa é como Rocky se transforma, ele ativa um relógio em seu pulso  e se transforma no melhor estilo tokusatsu de ser.

Rocky e Chelsea (via Mega Man Knowledge Base)

     A arte da HQ é muito bela, e em geral o traço é fiel ao dos jogos. Outra coisa notável é o fato dos cenários serem mais bem desenhados e colorizados que os da HQ da Archie. A ação é boa, mas nada que chame muito a atenção. O que eu mais gostei foi justamente a ideia de colocar o Mega Man em uma rotina de um humano comum, criando certos questionamentos sobre as relações entre máquinas e humanos, explorando o potencial que o cenário da série da. Rocky é como uma máquina, mas é humano demais para elas, porém, é maquina demais para os humanos, de forma a lembrar o clássico herói japonês  ̶K̶i̶k̶a̶i̶d̶e̶r̶, (nota: comparar com Kikaider foi exagero, mas o bom e velho Astroboy já serve de bom comparativo), mesmo que suas histórias não tenham muito mais semelhança que isso. Infelizmente, a HQ acabou sendo encerrada em seu 4° volume, e hoje é rara de se encontrar por aí, sendo um belo item de colecionador. O ilustrador do último volume, Patrick "Spaz" Spaziante , acabou voltando a trabalhar com Mega Man posteriormente, entrando na equipe da Archie e ficando a cargo das capas de suas HQs. Não é uma HQ excelente, e tem alguns momentos que talvez sejam difíceis de engolir. A ideia de por Rock (ou Rocky, nesse caso) em uma rotina escolar e em convívio com humanos é boa, mas o colocar sofrendo bullying ou convidando a garota mais popular da escola para o baile são coisas um pouco estranhas, mas não invalidam a leitura. No geral, é um material que fãs da série deveriam procurar, mesmo que apenas a título de curiosidade.

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