Dia Internacional da Mulher e uma breve retrospectiva



     O Dia Internacional da Mulher chegou, e infelizmente eu não tenho um texto 100% novo a oferecer. E o lamento é sincero, pois realmente acho a data propícia a algumas reflexões. Textos xerocados sobre representatividade existem a torto e a direita, e muitos dos portais de cultura pop não deixarão de fazer média com seu público em uma data como essa. São os negócios, não? Mas longe de mim tratar tal data com desdém. Ainda mais que, mesmo com minha ironia, assumo que muitas pessoas tem mais capacidade de comentarem sobre esse assunto do que eu. Principalmente mulheres, pois além de tudo, elas tem conhecimento de causa. Porém, não descarto que eu possa ter algo válido a acrescentar. Justamente por isso, estou compilando cinco artigos aqui do Rockman Central sobre o tema para ajudar a manter o debate vivo. E que no ano que vem, haja material de qualidade para oferecer ao público. Quem sabe até alguma participação feminina? Seria bastante agregador. Os links se encontram abaixo, nos títulos de seus respectivos textos:




     Essa foi a minha primeira matéria com o tema de representação feminina. Eu sempre gostei da Roll. Diria até que é uma das minhas personagens favoritas de toda a série. Escrever esse texto foi bastante divertido, e dos textos mais antigos do Rockman Central, esse é de longe um dos meus favoritos. Nele, consegui demonstrar que mesmo sub-aproveitada, a sua presença agrega muito à Mega Man. A começar pela quebra do clichê de "mocinha raptada". Talvez tenha sido uma pena que certas ideias para a personagem tenham sido descartadas, mas o saldo ainda é positivo. 





     Eu sempre quis comentar mais sobre a HQ da Archie, mas sinto que nunca o fiz de maneira adequada. Na época anterior ao Rockman Central, eu cheguei a escrever resenhas mensais dos capítulos conforme eram lançados. Aqui , eu escrevi uma resenha completa dessa HQ, mas sinto que a mesma foi insuficiente. Justamente por isso, decidi que resenharia as histórias que eu achasse mais relevante. Algumas de maneira positiva, outras nem tanto. Apesar de considerar essa resenha satisfatória, hoje minha opinião quanto esse capitulo em questão é um pouco pior do que na época em que eu escrevi. Um "episódio de praia" como história sobre protagonismo feminino é o tipo de ideia que um bom editor vetaria rapidamente. Sem contar que, se a ideia era mesmo dar mais relevância a essas personagens, seria mais eficiente o fazer não apenas em um capítulo solto, mas ao longo da HQ em si. Eu sigo recomendando essa leitura, mesmo para quem não acompanhou essa HQ, mas não deixa de ser um exemplar curioso de uma tentativa mal sucedida de criar um discurso alinhado aos nosso zeitgeist de protagonismo feminino. Por outro lado, a Roll é a protagonista da história, e ela se sai muito bem. Ou seja, não tem como eu realmente desgostar dessa história.




     Esse texto não é meu, mas do Ítalo, meu parceiro de blog. Nessa mesma época, eu tinha vontade de escrever um texto mostrando a evolução da representação feminina em Mega Man ao longo do tempo. Mas quando o Ítalo me mostrou o rascunho de seu texto, deixei que ele ficasse com essa pauta. É sempre bom ver opiniões diferentes, mas nesse caso, nós concordamos com muitos pontos. Um deles é quanto a Ashe ser talvez a melhor personagem feminina da série. Uma figura ativa, com personalidade bem definida, um arco de personagem interessante - que conduz a sua própria história, e não apenas serve de plano de fundo para outro personagem masculino - e que foge de vários "clichês de personagens femininas", como roupas rosas, corações e sexualização desnecessária. Ainda não sei se gosto mais dela do que da Misora/Harp Note, mas ela é sem dúvida um bom exemplo de que é possível criar personagens femininas de destaque dentro de Mega Man sem recorrer ao óbvio. Uma parte no qual debatemos muito foi quanto a inclusão de "pontos negativos" no texto. Enquanto Ítalo acreditava que o ideal seria exaltar os méritos das personagens, eu vi uma oportunidade - e obrigação - de incluir também um olhar crítico. Toda a conversa envolvida no processo de criação desse texto foi muito proveitosa, e extraímos bons pontos dessa discussão.




    Entre esse texto e o anterior, quase um ano se passou. O que é uma vergonha, pois pautas não faltaram. Mas independente disso, eu queria muito falar sobre o caso em especial de Misora. Subaru que me perdoe, mas ela é, ao menos para mim, a personagem mais divertida de Mega Man Starforce. Seu equilíbrio entre carisma e profundidade é incrível, e mesmo o fato de ser uma idol é tratado com mais camadas do que normalmente seria em uma história desse tipo. O texto foi breve e sintético, mas creio que me fiz entender a razão de achá-la uma personagem tão interessante. Preciso escrever mais sobre os personagens de Mega Man Starforce. 




     Esse foi o último artigo publicado no Rockman Central que se trata exclusivamente dessa temática. Como não poderia ser diferente, retornei a escrever sobre a Roll. Eu sempre gostei de imaginar como a dinâmica da série clássica seria se a Roll fosse uma figura com mais espaço para ser ativa. E essa vindoura animação é um ambiente propício para testar a funcionalidade dessa ideia. Se a ideia dessa animação é trazer Mega Man para as crianças de hoje, negligenciar o público feminino não é algo muito esperto. E de quebra, reverteríamos o sub-aproveitamento da Roll. Se isso ainda ecoar nos jogos, eu serei uma pessoa bem feliz.
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