Arte da capa do jogo (Via: Mega Man Knowledge Base) |
Mega Man foi por muito tempo uma série onipresente em consoles da Nintendo, e isso só começou a mudar de fato com a entrada da Sony no mercado de consoles. Mas antes de dar as caras no Playstation, Mega Man já havia ganho jogos em consoles de outras marcas. E não apenas um jogo, mas "três e meio" na verdade. Para quem não entendeu, estou falando da coletânea Mega Man - The Wily Wars. Lançada em 1994 para o Mega Drive, esse título era na verdade uma remasterização dos três primeiros Mega Man, re-feitos com gráficos e áudio 16-bits. Mas não era apenas isso, ao terminar os três jogos, o jogador desbloquearia um novo modo de jogo chamado Wily Tower, com fases e bosses inéditos que comentarei mais adiante. Há defeitos em comum entre os jogos de Wily Wars, e o "atraso" na animação das armas é um deles. Muitas vezes, isso acaba te impedindo de atirar com maior velocidade, assim como atrapalha a troca de uma arma por outra. Por outro lado, ganhamos a possibilidade de salvar nosso progresso sem precisar de password, e no caso do primeiro Mega Man isso ajudou muito. Porém, para compreendermos a real natureza dessa coletânea, o melhor que podemos fazer é analisar os jogos separadamente:
- Mega Man "1"
A primeira coisa que se nota é que a física do jogo é estranha, e muito diferente da vista no NES. O jogo todo ficou mais lento e truncado, a jogabilidade ficou “enroscada” em comparação ao original, mas com o tempo você se acostuma e consegue uma precisão maior nos movimentos. Nesse jogo em específico, as mudanças na física não me atrapalharam tanto. Inclusive, o jogo me pareceu ter um nível de dificuldade bem mais equilibrado que na versão original, ao ponto de que conseguir derrotar o Yellow Devil de primeira. A trilha sonora também ficou mais lenta que no jogo original, bem como é de costume nessa coletânea, mas como os arranjos originais delas nunca foram tão frenéticos, acabou não fazendo muita diferença. A sonoridade das músicas ficou agradável, assim como os efeitos sonoros também não decepcionam. A nova roupagem visual ficou bonita, no qual tivemos
basicamente uma limpeza gráfica do jogo como era no NES, com o acréscimo de alguns detalhes a mais. Deu certo na maioria das fases, salvo a do Cut Man que ficou mais "high-tech" do que era necessário. Por outro lado, a do Bomb Man ficou bem bonita e se manteve fiel a versão original (e também ficou muito melhor que a versão do Mega Man Powered Up). Mas há algumas ressalvas a se fazer. Para um remake, esse jogo acaba sendo um pouco incompleto. Não chega a ser um defeito, mas é um enorme desperdício de potencial. Eles poderiam ter incluído uma cutscene na abertura, já que na versão original não há muita explicação do que está acontecendo no enredo. Assim como outros elementos criados depois do primeiro Mega Man também poderiam ser inclusos: uma tela de "you got" ao derrotar algum boss, mostrar a apresentação do castelo do Dr Wily entre as suas fases, mudar os ícones de vida e energia para os usados em Mega Man 2 em diante, assim como outras coisas que o aproximariam de suas sequências. Se alguém quiser matar a saudade do primeiro Mega Man, ou para quem não conseguiu terminar o jogo original, essa versão vale a pena. Não é o remake dos sonhos, mas vale ao menos uma jogatina.
A Sase do Bomb Man ganhou ares de "base militar" (Via: Gamekult) |
- Mega Man 2
Essa sala era mais bonita quando escura (Via The Mega Man Network) |
- Mega Man 3
Briga de irmãos, agora em 16-bits (via Giant Bomb) |
- Wily Tower
O modo "Willy Tower" vale pelo jogo todo. Esse modo na verdade é um "mini jogo" de Mega Man incluso na coletânea, que é desbloqueado ao terminar os 3 jogos principais dela. Nele, temos 3 fases inéditas que mesclam elementos dos 3 primeiros Mega Man, mas com bosses inéditos, que são: Buster Rod G, Mega Water S e Hyper Storm H. Uma coisa curiosa sobre esses bosses é que eles foram inspirados em personagens do livro "Jornada ao Oeste", que foi usado como inspiração para várias outras grande obras, vide a franquia Dragonball. Voltando as fases, elas são extremamente divertidas de se jogar , com bastante variedade, ótimos level design, visuais caprichados e boa trilha sonora.
É
As fases da Wily Tower são muito belas ( Via: The Mega Man Network) |
- Conclusão
Toda a família reunida (Via: Gamefaqs) |
Essa coletânea teve problemas durante a sua produção, sendo descrita pelo próprio Inafune como algo caótico. Na época, a recepção de Wily Wars foi bem morna, e rapidamente ele caiu no ostracismo. E convenhamos, dados os problemas que os jogos tinham, tais reações eram perfeitamente cabíveis. Mas não acho que nós precisemos ver as coisas dessa forma hoje, pois excetuando Mega Man 2, ainda sim é possível ter uma boa experiência com os jogos dessa coletânea, assim como a Wily Tower é simplesmente divertidíssima de se jogar. Recomendo dar uma chance a coletânea, mas caso não goste dela, parta direto para a Wily Tower e seja feliz. Não é difícil achar saves que levem direto a ela espalhados pela internet, então não há porque não dar ao menos uma chance.
Interessante, acho que vou dar uma conferida!
ResponderExcluirConfira sim que vale a pena, nem que seja apenas a Wily Tower.
ResponderExcluirEu preciso dizer uma coisa André: o jogo não é mais lento, nem no audio nem na física. Isso é do processador Europeu (q tbm é o daqui do Brasil).
ResponderExcluirJogue ele no emulador e nas configurações troque o processador europeu pelo americano.
Sua mente vai explodir como a minha explodiu (o que de fato me levou a terminar o jogo de vez este ano).
Gostaria de saber uma opinião de vocês. Só eu que achei que o MegaMan Powered Up não foi um remake a altura do megaman clássico? Sei lá, achei ele muito mais infantilizado do que ele realmente era, a trilha sonora então, pareciam músicas de ninar.
ResponderExcluirEu achei ele bem superior ao primeiro jogo do NES, e só não publiquei nada sobre ele aqui porque bem... Digamos que eu perdi o texto. Quanto a ser infantil, bem, se tratando da série clássica - a menos que você se chame Hitoshi Ariga - o errado é quando não fica infantil. No geral, a atmosfera do jogo me lembra a de Mega Man 8.
ResponderExcluirEu levei isso em conta ao escrever, mas ainda sim achei o jogo mais lento que no NES.
ResponderExcluirSei lá, eu não tenho problema com Chibis (só um pouco com SD), mas Mega Man Powered Up ficou mais infantil que o Mega Man 8 principalmente no enredo, a trilha sonora mesmo, nos megaman clássicos eu sempre imaginava que a versão instrumental seria um tipo de música eletrônica, e não aquele Pop que colocaram no remake.
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