Imagem de divulgação do jogo |
Vocês já jogaram Rosenkreuzstilette? Para quem não o conhece, ele é um jogo doujin cheio de garotinhas kawaii e com várias referências a Mega Man. O jogo tinha certa aceitação do fandom de Mega Man, mas a verdade é que mesmo não sendo ruim, a falta de um polimento e refinamento maior o impediam de ser considerado um grande jogo. The Legend of the Dark Wicht também é como Rosenkreuzstilette, mas o polimento e refinamento estão aqui.
Conheci esse jogo por acaso. Estava checando os jogos lançados na Eshop do 3DS como de costume, e o visual carismático de The Legend of the Dark Wicht me chamou a atenção entre a maioria. Assisti o trailer e vi que estava diante de um action-plataformer interessante, e em um ato impulsivo resolvi comprá-lo esperando por um grande jogo. Afinal, o preço era apenas R$ 9,45, será que não valia a pena arriscar? Assim que o jogo se iniciou, notei que ele não era apenas um action-plataformer comum, mas que tinha muito do sangue de Mega Man correndo em suas veias. E não, eu não esperava por isso quando o comprei.
As personagens da vez |
O jogo conta a história da maga Zizou Olympia, que decidiu viajar pelo mundo em busca dos cristais de Syega que haviam sido roubados. Esses cristais eram essenciais para a vida dos habitantes daquele mundo, pois através deles as pessoas podiam usar magia, que agora atuava em quase todas as áreas da humanidade (ou seja, estava para eles como a energia elétrica está nós). Interessante? Sim, mas mesmo assim, o enredo do jogo nunca aprofunda totalmente esses conceitos. Através das personagens, temos uma visão interessante desse universo, mas no geral, ele acaba servindo mais para justificar a ação do jogo. O que poderia tirar pontos do jogo, mas graças a sua natureza despreocupada isso passa batido. Ainda mais porque as personagens transbordam carisma e compensam qualquer superficialidade da trama.
O jogo em ação (via Nintendo World) |
O level design é sólido, sem tantas plataformas com padrões difíceis de decorar ou pulos ultra complicados. No geral, ele é moldado para que haja interação entre o jogador e os inimigos, mantendo assim um bom clima de ação e dinâmica e garantindo um equilíbrio entre desafio e punição (e não se esqueçam, não existem itens de recuperar vida nesse jogo, então se o level design for punitivo demais, fica impossível progredir). Mas isso não quer dizer que não há plataformas ou "puzzles" criativos, eles estão lá sim e vão te arrancar umas boas vidas bem como um jogo do gênero deve fazer. As boss battles são ótimas, com bastante dinâmica e ação. E assim como Mega Man, a "lógica do jo-ken-pô" com poderes e desvantagens é parte chave dessas lutas. Outra coisa que eu amei de verdade enquanto jogava era a trilha sonora. Temos melodias cheias de personalidade, empolgantes ao nível de não dever nada a Mega Man. Destaque para a música "Not Glamorous", que simplesmente amei e me deu um "boost" a mais na minha motivação de jogar. Os gráficos do jogo também são bons, e possuem uma pixel-art que remete a jogos das gerações 16 e 32 bits, que casam bem com o clima do jogo, mas sem parecer forçosamente retro. São simples e elegantes, e não incomodam em nenhum ponto, apesar de também não se destacarem tanto. Cumprem bem seu papel.
Na minha opinião, a melhor música do jogo
Pelo preço que é cobrado nesse jogo, eu diria que ele é altamente recomendado a qualquer um que tenha um 3DS, ainda mais quando quase sempre os únicos jogos que aparecem baratos nele são sempre os mesmos. Sair do lugar comum pode ser algo bom, e esse jogo é um caso onde vale a pena fazer isso. E o divertido é que temos um jogo legitimamente "Mega Man", mas que não tenta ser um clone do mesmo. Alguns pretensos a sucessores espirituais deveriam aprender com ele.
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